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Vidas que inspiram comunhão

Irmã Eulalia Antoniazzi

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              Difícil definir, mas aos poucos vamos descobrindo o quanto Deus nos acompanha, porque ele tem um projeto de vida que se desenrola como resposta de um grande amor.

Sou Irmã Eulalia Antoniazzi. Meus pais: Agostinho Antoniazzi e Elvira Celuppi Antoniazzi, agricultores. Somos nove irmãos. Nasci em Severiano de Almeida – RS, dia 12 de fevereiro de 1939, dia de Santa Eulalia. Um dos irmãos também seguiu a vida religiosa: Frei Ladi Antoniazzi que é padre franciscano.

A presença dos pais, em nossa infância e juventude, foi muito importante. Com eles aprendemos valores tais como: respeito, verdade, abnegação, dedicação, saber repartir com quem pouco ou nada tem, gratidão, participação na comunidade, oração, valor do estudo. Nosso primeiro catequista foi o pai. A mãe nos ensinou as orações e o cuidado do que possuíamos para que sempre pudéssemos ter o necessário para toda a família. Com os pais aprendemos a partilhar nossos bens e alimentos com famílias que pouco ou nada tinham.

Relendo minha caminhada, recordo muito bem quando o pai mostrou seu livro de reza com as estampas da Via-Sacra. Depois peguei o livro e, com a saliva e o dedo, apaguei as figuras dos soldados que batiam em Jesus. Quando o pai viu o estrago que eu havia feito, perguntou porque eu fizera aquilo. Respondi: eles batiam e machucavam Jesus. O pai pegou minha mão, deu-me um abraço e falou: então você não quer que Jesus sofra. Para Jesus não sofrer, nós precisamos ajudar quem está sofrendo. E continuou: aqui perto há uma família que sofre do frio e da fome. Nós vamos preparar alimentos e a mãe vai costurar umas roupas para esta família. Quando formos entregar estas coisas para a tal família, você irá junto.

Recordo tudo: a preparação, a viagem e a chegada na família: as crianças choravam de frio e de fome. A mãe delas também chorava.

Quando o pai foi tirando os alimentos, as crianças correram para o lado da mãe delas e gritavam: Mãe, ele trouxe comida! Trouxe roupas ... Eu também chorava por ver aquela realidade. Depois deste primeiro impacto, não paravam de agradecer.

Hoje, percebo que esta experiência foi muito importante para mim e Deus foi me chamando, sem pressa.

Conheci as Irmãs Franciscanas de Maria Auxiliadora que atuavam na escola, onde fui alfabetizada e por ocasião da preparação para a primeira comunhão.

Conheci as Irmãs de São José na romaria de Nossa Senhora da Salete, que acontecia em Marcelino Ramos. Quis ser como estas.

Minha maior dificuldade era pensar que, para ser Irmã, precisava deixar a família.

O pai foi conversar com as Irmãs de São José, pediu a relação do que precisava levar e perguntou quando esta experiência poderia iniciar.

Lembro de que saí de casa chorando e os pais me disseram: se você não quiser ir, guardamos tudo e você permanece aqui em casa. Eu disse: vou experimentar. Os pais acrescentaram: nós estaremos sempre esperando por você.

Passado o tempo, fui para Garibaldi. Ali concluí o curso ginasial e fiz o curso do Magistério.

Em 1959 fui postulante.

Nos anos de 1960 e 1961, fiz o Noviciado.

Após o Noviciado, fui enviada para Concórdia - SC, para lecionar na quarta série primária.

No curso ginasial, faltava professora de português. Então pediram-me para fazer, nas férias, o curso do CADES - português. Fui aprovada para lecionar no curso ginasial.

Em 1968, fui transferida para Porto Alegre para fazer, em tempo integral, o curso “Ancilla Dómini”

Em 1969, fui para Pelotas como auxiliar na formação das 12 postulantes. Na ocasião, pediram-me para assumir também a coordenação do curso ginasial do Colégio São José e atender no Serviço de Orientação Educacional. Tudo novo! Foi um ano desafiador.

Em 1970, fui solicitada para retornar a Concórdia – SC, para lecionar na escola São José e assumir como diretora da Escola de Pais.

Em 1972, fui transferida para Caxias do Sul, para me preparar para o vestibular. Morei no Bairro Panazzolo. Graças a Deus, passei muito bem no vestibular. Fui cursando Letras, assumi como Vice-diretora do Colégio São José, assumi acompanhar um grupo de aspirantes que residiam no Colégio São José e passei a morar com elas. Nas horas de folga, ia a Flores da Cunha para preparar a casa onde, mais tarde, iriam morar as aspirantes.

Em 1976, antes desta casa ficar pronta, fui transferida para Chapecó – SC e lá concluir a preparação de uma casa para acolher aspirantes e quatro Irmãs. Todas trabalhávamos fora. As jovens estudavam e trabalhavam para terceiros. Assumi lecionar: numa escola Estadual, no Seminário Diocesano e na Escola São Francisco – dos Irmãos Maristas. Aos sábados, ajudava na formação de jovens em preparação para o Crisma.

No segundo semestre de 1978, fui para o Rio de Janeiro onde fiz o curso do CETESP – promovido pela CRB Nacional. Como foi difícil deixar tudo. No final deste curso, fui solicitada para assumir o Noviciado das duas Províncias: Caxias do Sul e Porto Alegre. Este momento foi muito difícil para mim. Procurei ajuda para poder discernir. Difícil foi chegar à santa indiferença que Santo Inácio insiste. Contando com a graça de Deus, que nunca falha, dei meu sim.

Em 1979, fui a Porto Alegre para me encontrar com Irmã Angélica Inês Batagelo, pessoa de uma paciência a toda prova. Senti segurança com a presença dela. Trabalhamos dez anos, juntas.

Em 1983, fui eleita Conselheira Provincial da Província de Caxias do Sul, continuando a ser mestra de Noviças. Foi muito difícil dar este sim. Em 1986 fui reeleita para o Conselho Provincial.

Em 1989, nosso Noviciado passou a se localizar em Alvorada. Objetivo: Estar mais na inserção.

Em 1990, ofereceram-me um ano sabático. Fui morar em Nova Pádua. Aproveitei para fazer, pela terceira vez, o Retiro Inaciano. Este aconteceu no CECREI – São Leopoldo. No final do retiro recebi o convite para participar do curso de orientadores de retiro.

Em 1992, fui transferida para Caxias do Sul. Em 1995 fui novamente eleita Conselheira Provincial.

Em 1998, fui eleita provincial e reeleita em 2001. Dei tudo de mim, contando com a graça de Deus.

Em 2005, fui enviada para Garibaldi e ali assumir a gerência do Hotel Mosteiro São José. Precisei dar tudo de mim para aprender as novas exigências.

Em 2008, fui solicitada para deixar o Hotel Mosteiro e partir para São Paulo: Indaiatuba e ali compor a comunidade São José. Com Irmãs Maria da Glória e Elisa Zuanazzi, “mãos à obra”: preparamos tudo e nos preparamos para bem acolher as futuras noviças. Ali permaneci até 2014, quando novamente fui eleita Conselheira Provincial.

A experiência ali vivida, deixou marcas muito especiais. Guardo saudade de tudo! Conheci uma Igreja viva! Éramos membros da comunidade paroquial e, muitas vezes, assessoras na preparação de lideranças e dos muitos grupos de vivência que se encontram a cada semana. Guardo saudade de tudo e de todas as pessoas.

Em 2016, vim para a comunidade São José – Garibaldi. Entre outras atividades, assumi fazer a apresentação do MEMORIAL DAS IRMÃS DE SÃO JOSÉ – UMA SEMENTE PLANTADA EM GARIBALDI. No final da apresentação, as pessoas sempre expressam admiração pela coragem, pela sabedoria, pela generosidade de nosso querido Fundador Pe. Jean Pierre Médaille e das primeiras Irmãs. Diversas pessoas, no final da apresentação, assumem colaborar na construção da unidade das pessoas, iniciando na própria família e ambiente de trabalho.

Na pessoa de São José, admiro sua sensibilidade na escuta da Vontade de Deus, a generosidade e prontidão em colocar em prática o que ia escutando.

Um dos diversos textos bíblicos que me impulsionam: Jo 15,5 “Quem ficar unido a mim e eu a ele, dará muito fruto porque, sem mim, vocês não podem fazer nada”.

“Não sei o quanto resta do caminho!” Prossigo caminhando, na certeza de que nunca estarei só. Jesus, Maria e José são os fiéis companheiros.

Para quem manifesta o desejo de fazer parte da Vida Religiosa, digo: coragem! Passo a passo chegamos lá onde Deus nos quer. Nunca estaremos sós! Aquele que nos chama, caminha conosco. Ele é fiel. Temos muitas oportunidades para desenvolver nossos dons, dedicando-nos a serviço de crianças, de jovens, de adultos, que aguardam por alguém que os ajude a fazerem a diferença onde se encontram. Deixe brilhar a luz que está dentro de você. Descubra o prazer de amar e servir. Descubra a alegria de unir as pessoas entre si e com Deus! Que São José proteja você. Amém!

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