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CONTEMPLE: TOQUES DE AMOR NO OUTRO

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Uma reflexão sobre o olhar que cura, transforma e humaniza

Vivemos em um tempo de urgências, produtividade e relações cada vez mais superficiais. No meio disso tudo, corremos o risco de perder a capacidade de contemplar — de ver o outro com profundidade, com os olhos do coração. Recuperar esse olhar é um caminho necessário e urgente para a humanização das relações, para a vivência fraterna e para o nosso crescimento espiritual.

 

Este artigo é um convite: contemplar os toques de amor que recebemos e oferecemos diariamente, muitas vezes despercebidos, mas que têm o poder de transformar nossa vida e a do outro.

 

O OLHAR QUE ESCOLHE - VER O BEM

“Amar e servir com alegria” é uma frase simples, mas profundamente desafiadora. Ela nos recorda que amar o próximo vai além do sentimento: é atitude, é escolha. Contemplar o outro é decidir enxergar sua bondade, sua doação silenciosa, seus esforços cotidianos para ser alguém melhor.

 

Somos chamadas a construir um mundo mais justo e fraterno, e isso começa com um olhar diferente. Um olhar que não julga, mas acolhe. Que não acusa, mas compreende. Contemplar é, antes de tudo, decidir ver o bem, mesmo quando ele está escondido atrás de imperfeições.

 

O PESO DAS MURMURAÇÕES E A LEVEZA DA GRATIDÃO

Nos últimos tempos, muitas pessoas têm se sentido cansadas, impacientes, frustradas. Queixas constantes, reclamações, murmurações tomam conta das conversas. E a pergunta surge: por que tanto peso na alma?

Sabemos que o ser humano está sempre em busca: novos caminhos, novos aprendizados, novos desafios. Isso é bom, é necessário. Mas quando perdemos a capacidade de reconhecer e celebrar as pequenas conquistas diárias, caímos num estado de insatisfação crônica.

 

A vida perde o brilho quando deixamos de agradecer pelos pequenos gestos, pelos carinhos silenciosos, pelos toques de amor que nos cercam. Esquecemos de dizer “muito obrigado”, de valorizar quem caminha ao nosso lado, de ver beleza nas coisas simples. E isso nos torna mais duros, mais distantes, mais cansados.

 

 

TOQUES DE AMOR: ONDE ELES ESTÃO?

Quantos toques de amor você já recebeu hoje?
Alguém fez o café pensando em você? Dobrou sua roupa? Lhe deu um sorriso sincero? Lhe escutou com paciência? Preparou um almoço com carinho? Desejou um bom dia vibrante?

 

Esses gestos, tão cotidianos, são expressões concretas de amor. Mas para percebê-los, precisamos cultivar a sensibilidade, sair do nosso egocentrismo, esvaziar-nos do "eu sei", "eu faço melhor", "eu sou".

Contemplar exige descer ao mais profundo de si e, ao mesmo tempo, elevar-se: ver como Deus vê, com misericórdia e admiração. Como diz a espiritualidade cristã:

"Partindo do exterior para o interior, procuraremos entender como nossa vida espiritual transforma nosso olhar, modifica a forma como vemos a nós mesmas, as pessoas e o mundo."

 

HUMANIZAR-SE É RECONHECER OS LIMITES E OS DONS

Conviver é um desafio. Cada pessoa tem seus limites, suas dificuldades. Mas também tem dons, gestos de bondade, tentativas sinceras de fazer o bem. Quando reconhecemos isso — no outro e em nós — a vida se torna mais leve, mais acolhedora.

É nesse processo que nos tornamos mais humanas, mais maduras, mais próximas de Deus. E isso exige foco:

“Somos chamadas a nos identificar, sempre mais, com Jesus Cristo, tomando a forma de servo e assumindo a condição humana para revelar o amor do Pai.” (Fl 2,5-11)

Estar em sintonia com o Evangelho nos convida a abrir os olhos. Percebemos, então, que há beleza, gentileza, esforço sincero no outro. Como também há em nós.

 

OLHARES PARA NOVAS RELAÇÕES

Nada impede que tenhamos um olhar novo, admirado, encantado com o mundo — como o olhar de uma criança diante da vida. Contemplar é uma escolha diária. Uma forma de viver mais leve, mais amorosa, mais parecida com o que Deus sonha para nós.

Então, hoje, pergunte-se:
Como estou me sentindo?
Tenho vivido no mar das lamentações ou estou buscando enxergar com mais gratidão?
Tenho sido capaz de perceber os toques de amor que me cercam?
Tenho sido esse toque de amor para alguém?

“Atentas às necessidades das pessoas que vivem próximas de nós...”
(Constituições das Irmãs de São José)

O convite é simples, mas profundo: contemple.
Veja o outro com o coração. Reconheça o amor escondido nos gestos pequenos.
E, com alegria, siga amando e servindo — todos os dias.

 

Ir. Vilma de Oliveira

 

 


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