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Inicial Memorial da saudade Irmã Teresa Nicolini
Imagem da irmã

Irmã Teresa Nicolini

Estrela de nascimento 21/06/1929
Cruz de falecimento 31/07/2021

Província da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil

Núcleo Santíssima Trindade    

Irmã Teresa Nicolini

(Luzia Nicolini)

* 21/06/1929     + 31/07/2021 

“Eu vim para que todos tenham vida e vida em abundância” (Jo 10,10).

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Luzia nasceu em Cajuru, município que hoje faz parte da região metropolitana de Ribeirão Preto – SP. Nasceu no dia 21 de junho de 1927, sendo seus pais o Sr. Aristides Nicolini e D. Tereza Maria Carmelina. Além da menina Luzia, tiveram mais 2 filhos e uma filha. Também em Cajuru, Luzia foi batizada ao completar um mês.

 

Luzia fez até a 3ª. série do Curso Primário, sendo uma pessoa feliz e satisfeita nas ocupações que lhe cabiam, não procurou outras oportunidades. Desde sua primeira Comunhão sentiu-se chamada à Vida Religiosa, sempre apoiada pela família, católica praticante. Entrou para o movimento das Filhas de Maria, que congregava adolescentes e jovens da paróquia incentivando a vida e participação na comunidade eclesial.  Como Filha de Maria, ao visitar uma família, viu postado na parede da casa, uma foto da Comunidade das Irmãs de São José, de Franca-SP. Chegando em casa, falou com os pais: “Quero ser Irmã dessa Congregação”.

 

Feitos os preparativos, o pai levou a filha para Franca onde ficou por algum tempo, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes. Mais tarde, foi encaminhada para o Juvenato que naquele tempo as Irmãs de São José mantinham em Itu-SP. Foi do Juvenato para o Noviciado a 08 de setembro de 1948.  Recebeu o hábito, no dia 28 de julho de 1949 passando a chamar-se Irmã Teresa, nome da mãe, que fez questão de manter, quando se tornou optativo.  Fez os Primeiros Votos a 30 de julho de 1952 e professou os Votos Perpétuos em 31 de julho de 1955.

 

Ao longo de seus 69 anos de Vida Religiosa, Irmã Teresa serviu com a maior dedicação e com suas habilidades culinárias em muitas comunidades, como responsável pela copa e cozinha. Conheceram seus serviços o Patrocínio, a Santa Casa de Campinas e de São Paulo, o Jardim Japão e a Comunidade da Casa de Repouso São José, no Taboão da Serra.

 

Foram anos de convivência na Casa de Repouso, sempre muito zelosa e dedicada, respondendo pela cozinha. Nesse tempo, foi muito problemática para Irmã Teresa, a reforma feita na cozinha, foi algo além do seu entendimento, como uma luta desigual a enfrentar. Sofria muito e rezava fazendo a entrega do que era tão precioso para ela.

Irmã Teresa amava as plantas, cultivá-las e cuidar delas. Parecia "O Menino do Dedo Verde", tudo o que plantava, virava jardim e encanto para todas as pessoas. Reflexo de sua energia vital conectada com a natureza.

 

Irmã Teresa era também profundamente conectada com seu Deus. Era tempo sagrado a oração diária, preparada meditada e contemplada, acompanhada da devida anotação. Na sua vida de piedade, tinha lugar preferido a Eucaristia, a devoção a Maria e ao Sagrado Coração de Jesus. Tinha um especial apreço pelo Evangelho de São João. Todas as semanas, Irmã Teresa vibrava com os comentários do Pe. Adroaldo (SJ) ao evangelho dos domingos. Recebeu muitos dons do Pai, incluída a capacidade de compartilhar esses dons no seu entorno.  Transmitia alegria e simplicidade, uma profunda vivência do Carisma de comunhão, tinha grande familiaridade com os Textos Primitivos. Quem conviveu com Irmã Teresa experimentou quanto era atenciosa, fraterna e caridosa. Todos os meses doava R$ 100,00 para partilhar com moradores de rua e refugiados. Inclusive deixou um dinheiro para ser doado aos pobres, quando partisse.

 

Irmã Teresa era muito ligada a seus familiares, quanto possível não deixava de visitá-los. Para a família, ela foi uma Irmã feliz e realizada nos seus desejos. Só deixou boas lembranças na infância e adolescência dos sobrinhos...  A partida não é fácil, dizem, mas Deus conforta. Fica a saudade, mas ela está em bom lugar, nos braços do Senhor.

 

Certa feita, numa viagem em família, sofreu um grave acidente, quando numa curva, a porta do carro se abriu e ela foi jogada para fora. Sobreviveu mas teve fraturas e um prolongado tratamento que ainda lhe deixaram sequelas. Várias vezes foi hospitalizada em decorrência desses problemas. Viveu toda essa situação com muita paciência.

 

Nos últimos anos, quando colocaram uma nutricionista responsável pela cozinha da Casa de Repouso, Irmã Teresa, já doente, passou a dedicar-se a seus passatempos preferidos como cuidar de plantas, folhagens, da ornamentação da casa, dos peixes no aquário, etc. ...  Neste último ano, sofria vários achaques como barulho na cabeça, dor nos olhos, nas pernas, dificuldade para andar.  Mas quando estava bem, se divertia contando piadas.

 

Nos últimos dias de vida, internada na Santa Casa de São Paulo, fez sua derradeira travessia, para junto de Deus a quem tanto amou e serviu, na pessoa do querido próximo. Faleceu aos 92 anos, a 31 de julho de 2021, no dia em que completou 69 anos de Consagração a Deus na Vida Religiosa.

 

Querida Irmã Luzia, agora na felicidade onde mora, olhe por nós!