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Inicial Memorial da saudade Irmã Geralda Neuza Hipólita
Imagem da irmã

Irmã Geralda Neuza Hipólita

Estrela de nascimento 23/02/1940
Cruz de falecimento 31/05/2023

Província da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil

  Núcleo SSma. Trindade        

Irmã Geralda Neuza Hipólita

* 23/02/1940   + 31/05/2023  

 

 
   

"Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força de Deus se manifesta. Quando eu me sinto fraca, é então que sou forte". (2Cor 12, 9-10)

 

Nascida em Franca - SP, filha de João Flávio e de Iolanda Maria Hipólita, Geralda Neuza era filha mais velha do segundo casamento do seu pai, tinha duas irmãs e um irmão mais velhos, dois irmãos e uma irmã mais novos. Seus pais eram muito católicos, incentivando os filhos a frequentarem a Igreja mesmo que não pudessem acompanhar os filhos por causa do trabalho.

 

No quinto ano foi estudar em escola muito distante de sua casa, por isso cansou e desistiu, indo trabalhar nas famílias cuidando de crianças ou fazendo limpeza, quando sua Irmã Rosa Hilda entrou no noviciado em Itu, sua mãe a incentivou a voltar aos estudos. Certo dia, de tanto sua mãe insistir no assunto, foi falar com a superiora do Colégio Nossa Senhora de Lourdes, voltou aos estudos e também começou ajudar a cuidar das meninas internas. Assim começou sua vida com as Irmãs de São José.

 

Em julho de 1955, entrou no Juvenato das Irmãs de São José, em Itu, mas ficou apenas até o final desse ano, teve que voltar a família para tratamento de saúde. Retornando ao Juvenato, 1957. No final do seu curso magistério, falou com os pais sobre seu desejo de ser Irmã de São José, sua mãe a questionou por gostar muito de criança, porém seu pai discordou e não lhe deu uma benção quando saiu de casa, mais tarde mudou de ideia e explicou, que achava as Irmãs fechadas para uma jovem tão alegre e livre.

 

Entrou no noviciado, em Itu/SP, em 1960 e fez os primeiros votos em 1962. Iniciou sua missão em Itu, até 1968, na educação, dando aulas e acompanhando as alunas internas, durante esse período fez o curso de Pedagogia.

 

Fez a profissão perpétua em 1968, nesse mesmo ano foi transferida para Piracicaba, para o Colégio Nossa Senhora da Assunção, como Diretora, mas também como professora, em 1971 foi transferida para São Paulo, Seminário da Glória, a sua vida inteira foi dedicada à educação em vários lugares da Província, sempre com contato direto com as crianças e com as famílias.

 

A educação era a sua paixão, foi professora, diretora, vice-diretora coordenadora, mas o mais importante nunca foi o cargo que o ocupava, mas sim sua presença junto a cada pessoa, alunas, alunos, famílias e professores, sempre acreditou na missão da educação como construção de um mundo novo e de unidade, onde todos tivessem dignidade e direitos.

 

Em 1981, foi enviada para uma comunidade de periferia em Piracicaba, onde seu amor pela educação pela juventude, ganhou um tom mais forte de direitos humanos, colaborou na implantação do Projetos de Liberdade Assistida para Menores infratores, o SEAME.

 

A causa de Beatificação e Canonização de Madre Teodora era uma paixão, gostava de partilhar as lindas histórias e fazia questão de responder cada carta e e-mail com mesmo empenho para todos, como se fossem parte da família, de nossa família de São José.

 

Uma mulher forte, resistente, sua resiliência e presença, foram sua marca. Durante sua vida teve vários problemas de saúde, que nunca foram limitantes em sua missão, mas foram a demonstração de sua força e confiança em Deus, tinha como mantra: "Basta-te a minha graça. Pois é na fraqueza que a força de Deus se manifesta. Quando eu me sinto fraca, é então que sou forte". (2Cor 12, 9-10)

 

Neste momento de despedida, expressamos nossa profunda gratidão por tudo o que Irmã Geralda trouxe às nossas vidas. Sua presença iluminava e tocava nossos corações de maneiras que nunca expressaram totalmente as palavras.

 

Só podemos agradecer por sua vida, fé e serviço aos outros, e seu exemplo de esperança e amor. A forma como viveu sua vida é um testemunho do Grande Amor de Deus e como ser Unidade na diversidade. Foi uma Irmã de São José, que viveu e testemunhou o carisma de Unidade em todo e qualquer lugar.

 

Podemos definir Irmã Geralda, como pessoa generosa e alegre. Encaminhou para Irmã Maria Inês, como mensagem a ser lida em sua partida, a letra do poema Ser seu amigo, Pe. Zezinho:

 

“Se eu morrer antes de você, faça-me um favor.
Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado.
Se não quiser chorar, não chore.

Se não conseguir chorar, não se preocupe.
Se tiver vontade de rir, ria.
Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão.
Se me elogiarem demais, corrija o exagero.

Se me criticarem demais, defenda-me.
Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam.
Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo.
Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.
Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver.
E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase :
‘- Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!’
Aí, então derrame uma lágrima.
Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu.
Mas, de vez em quando, dê uma espiadinha na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele.
E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele.

Você acredita nessas coisas?
Sim? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.
Amizade só faz sentido se traz o céu para mais perto da gente, e se inaugura aqui mesmo o seu começo.
Eu não vou estranhar o céu. Sabe por quê? Porque ser seu amigo já é um pedaço dele!”