Irmã Edithe Berton

Província da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry no Brasil

Núcleo “Caminho Novo”

Irmã Edithe Berton

* 25.09.1929

+ 11.03.2023

“Que todos sejam “um” como tu, Pai, estás em mim e eu em Ti”. (Jo 17, 21)

Irmã Edithe Berton nasceu em Flores da Cunha, no dia 25 de setembro de 1929. Eram duas Irmãs e as duas seguiram a Vida Religiosa na Congregação das Irmãs de São José de Chambéry. Seus pais, Feliz Berton e Catharina Brandalise Berton, ensinaram às filhas a serem fieis nas pequenas coisas e que a mudança sempre parte da própria pessoa.

Em fevereiro de 1944, respondendo ao chamado que o Senhor lhe fazia para a Vida Religiosa, entrou no Postulado da Congregação das Irmãs de São José, em Garibaldi e em 1946, fez o primeiro engajamento, prometendo fidelidade a Deus no serviço aos irmãos e irmãs.

Cursou as faculdades de Pedagogia, Filosofia e Orientação Educacional. Além de bem preparada para a profissão de professora, não deixou de se aperfeiçoar para se dedicar, com eficiência, no trabalho Pastoral. Fez, para isso, diversos cursos de Bíblia, Pastoral Catequética, Teologia Espiritual, Encontro de Formação Permanente das Irmãs de São José, entre outros.

Foram muitos os lugares onde Irmã Edithe trabalhou. A citação dos Estados pode dar uma ideia de como sua vida foi uma peregrinação, expressando disponibilidade e liberdade interior: Pernambuco, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Maranhão, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Ela costumava dizer que esteve em muitos lugares, mas sempre “com os pés no passado, coração no presente e olhos no futuro”.

“A vocação da Irmã de São José é vocação de Comunhão”. Essa foi para Irmã Edithe uma frase força para sua missão. Tinha convicção de que numa sociedade pluricultural, marcada pela pobreza, exclusão e violência, é preciso buscar força, sabedoria e luz na oração baseada na palavra de Deus, na Eucaristia e na disponibilidade simples e humilde à missão de servir.

Irmã Edithe era muito comunicativa. Expressava-se tanto de forma oral como escrita com muita facilidade, deixando transparecer sua veia poética. Marcava as pessoas pelo seu jeito alegre de falar e de acolher. Entusiasmava-se com as belezas naturais. Primava pela sua presença simples, solidária e de agradável acolhida.

Quando tinha um sonho a alcançar, procurava os meios para realizá-lo. Não ficava se lamentando na passividade.

Dizia que para descobrir a presença do Reino de Jesus no mundo é preciso desenvolver atitudes de busca, de trabalho e oração, de comunicação e escuta, de lembrança e saudade e de ir ao encontro, pois nossa missão é servir.

Um dos seus sonhos realizados foi o de conhecer o berço de nossa Congregação – Puy, França e outros lugares de origem como Moûthier, Chambéry... Levou para sua missão a frase que Jean Pierre Médaille dizia às primeiras Irmãs: “Sejam curiosas, prestem atenção ao que veem, percebam a fome de Deus indo pelas vias miseráveis da França onde os pobres estão abandonados, as crianças sem saber ler e escrever, sem alguém que lhes anuncie a Boa Nova”. E dizia: espelhando-me na vida e missão dessas Irmãs, posso testemunhar como é bela nossa Vocação.

Ao completar 60 aos de Vida Religiosa Consagrada, expressou seu hino de ação de graças dizendo: “Minha caminhada foi uma sucessão maravilhosa de vivências. Louvo-te, Senhor, pela força e coragem, pelos momentos bons e menos bons que tu me reservaste, pelos contatos diários contigo que sempre foram especiais, pela missão que a Congregação me confiou. Olhando para minha vida, te louvo, Senhor, com o cântico de Maria: ‘Minh’alma dá glórias ao Senhor”.

Além de professora nos colégios de Caxias do Sul, Porto Alegre, São Francisco de Paula, Garibaldi e Pelotas, exerceu a função de Diretora na Escola Estadual de Concórdia.

Irmã Edithe assumiu ser mensageira do Evangelho dedicando-se sobretudo à Catequese Paroquial. Seu trabalho junto aos catequistas foi incansável. Transmitia o ensinamento com firmeza dando segurança a quem não tinha muitos meios para a aquisição de material para uma catequese bíblica. Como tinha o dom de encantar pela voz, sabia evangelizar cantando. Dedicava-se à Pastoral Litúrgica nas comunidades ajudando o povo a celebrar com mais gosto e compreensão.

Após um período de descanso e de cuidados especiais em vista de sua saúde já bastante fragilizada, Irmã Edithe foi acolhida por Deus na sua luz e na paz eternas no dia 11 de março de 2023, com a idade de 93 anos e 77 de Vida Religiosa Consagrada na Congregação das Irmãs de São José.

 Querida Irmã Edithe, quantas pessoas, certamente, conheceram e amaram a Deus através da catequese, da evangelização que assumiste como meta na tua missão na Igreja. Quantas comunidades entoaram hinos e cânticos de louvor a Deus, motivadas e incentivadas pela tua presença dinâmica e serviçal.

Em nome de todas essas pessoas e pelo testemunho de vida como Irmã de São José te agradecemos. Querida Irmã Edithe, se algo pudesses nos dizer hoje, certamente nos repetirias a frase: “Ser Irmã de São José é ter coragem de levar o Evangelho a todo lugar. Torna-te, para isso, o que Deus quer de ti”. Agora que estás em Deus, intercede por tua Irmã Lilia Maria e por todas nós, Irmãs e colaboradores da comunidade da Betânia. Pede ao Senhor que envie vocações religiosas à sua Igreja. Que São José te acolha, ele que acolheu uma História de luzes e sombras, de amor, de incertezas, de saídas, mas principalmente uma História de acolhida e abertura à Vontade de Deus.

Fica na Paz de Jesus!

Garibaldi, 11 se março de 2023.