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Inicial Memorial da saudade Maria Cândida Mezzomo
Imagem da irmã

Maria Cândida Mezzomo

Estrela de nascimento 07/11/1929
Cruz de falecimento 17/07/2021

PROVÍNCIA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DE SÃO JOSÉ DE CHAMBÉRY NO BRASIL

NÚCLEO SAGRADA FAMÍLIA

IRMÃ MARIA CÂNDIDA MEZZOMO

(PIERINA MARIA MEZZOM

  *07/11/1929

  +17/07/2021

 

“Tua vontade, Senhor, minha alegria.   “O amor de Cristo me impulsiona.“

     

              Irmã Maria Cândida Mezzomo, filha de Pedro Mezzomo e de Maria Bianchi, nasceu em Caxias do Sul, no dia 07 de novembro de 1929, recebendo o nome de Pierina Maria Mezzomo. Seus Pais, de profunda vivência cristã, em 25 de novembro de 1929, levaram a menina para ser batizada, na Capela Nossa Senhora de Loreto - Caxias do Sul. Em 30 de maio de 1933, foi crismada na mesma Capela.

 

             Seus pais foram abençoados com 11 filhos, 6 homens e 5 mulheres. Em ordem cronológica, Ir. Maria Cândida é a 5ª filha.

 

Três filhos seguiram a Vida Religiosa: um sacerdote da Congregação dos Padres Passionistas, Padre Eugênio João Mezzomo,  e duas religiosas da Congregação das Irmãs de São José de Chambéry: Ir. Maria Cândida e Ir. Ignez Therezinha.

 

O ambiente familiar, onde eram cultivados os valores cristãos, foi o húmus que alimentou a vocação de Ir. Maria Cândida. Na família, foi sempre valorizada a vida consagrada e muito se rezava pelos padres e religiosos. E, como ela dizia: “Meus pais foram meus primeiros catequistas, os faróis que nortearam os meus passos. Foi minha mãe quem me preparou para a Primeira Eucaristia e transmitiu aquilo que ela mesma desejou ser. Sempre fui envolvida com muito carinho. Cedo, me ensinaram amar a Deus e aos irmãozinhos que vinham chegando. E assim, mesmo sem conhecer pessoalmente as Irmãs, cresci com vontade de ser Irmã. Minha primeira motivação: ir ao convento para rezar bastante, para que todos da família se salvassem. A imagem do inferno me apavorava. Depois, algumas motivações foram sendo purificadas cedendo espaço a novas motivações: servir e comprometer-me com a vontade de Deus”.   

 

Irmã Maria Cândida, para responder ao chamado do Senhor, deu seu primeiro passo, aos 11 anos, quando seus pais a levaram para o Juvenato, onde cursou o Primeiro Grau. Em 26 de fevereiro de 1947, foi admitida ao Postulado no Convento São José, em Garibaldi, iniciando a primeira etapa de formação. Em 08 de dezembro de 1947, foi admitida ao Noviciado, 2ª etapa de formação e, em 09 de dezembro de 1948, emitiu os votos Temporários de Pobreza, Castidade e Obediência. Aos 29 de janeiro de 1954, confirmou sua decisão de perpetuar sua entrega a Deus, fazendo a Consagração Definitiva, tendo sempre presente o lema que foi o fio condutor de sua vida: “Querer sempre fazer a vontade de Deus. O amor de Cristo me impulsiona.” 

 

Irmã Maria Cândida exerceu sua missão nas áreas da Saúde e Educação.  Trabalhou como professora  no Colégio São José de Montenegro – RS e no Colégio São Francisco de Paula, de São Francisco de Paula, RS. Após a experiência na área Educacional, demonstrando aptidão para  o cuidado da saúde,  foi-lhe oportunizado o Curso de Enfermagem. Em 1953, foi para São Paulo onde cursou Enfermagem com especialização em Obstetrícia na Escola de Enfermagem Madre Justina Inês, na Santa Casa de Misericórdia. Cursou também Gerontologia e Primeiros Socorros.

 

            Em 1957, um forte apelo fora dirigido à Província por Dom Vicente Scherer e pela Secretaria da Saúde, em favor dos pacientes do Hospital Sanatório Partenon, acometidos por tuberculose.  Irmã Maria Cândida, recém-formada, ao retornar de São Paulo, que fora designada para assumir a Escola de Enfermagem junto ao Hospital Pompéia de Caxias do Sul,  viu seus planos desmoronarem. Os planos de Deus para ela eram outros. E para responder à urgente necessidade de pacientes que pediam Irmãs para o Sanatório Partenon, a escolhida foi Irmã Maria Cândida que, renunciando a seus sonhos, assumiu a missão de Enfermeira-Chefe do Hospital Partenon, dedicando-se, juntamente com uma Equipe de Irmãs Enfermeiras, ao cuidado de pacientes com  tuberculose, durante 22 anos. “Não foi fácil deixar a obstetrícia para assumir o Hospital Sanatório Partenon, mas acolhi como vontade de Deus e fui muito feliz”, dizia Irmã Maria Cândida.     

 

Encerrada sua missão no Sanatório Partenon, Irmã Maria Cândida foi transferida para Veranópolis, assumindo como Enfermeira-Chefe, os serviços no Hospital Nossa Senhora de Lourdes, durante 10 anos.

 

 Designada para a coordenação da Comunidade Santa Joana d’Arc de Rio Grande, assumiu também a Pastoral Vocacional da Diocese e os serviços de Enfermagem na Casa da Criança Sagrado Coração de Jesus.

 

Em 1995, retornando a Porto Alegre, integrou a Comunidade Partenon, dedicando-se à Fraternidade Cristã de Pessoas com Deficiência, à Pastoral da Saúde na Arquidiocese de Porto Alegre e à Pastoral  da Saúde na Área Partenon-Viamão. A partir de 2001, seu tempo  foi dedicado à coordenação de Comunidade e ao serviço de Enfermagem nas Comunidades Nazaré e  São Luiz.

 

Como manter viva a chama de amor aos irmãos e irmãs de saúde frágil, em situação de risco e limite de idade? Para manter viva e forte sua vivência e missão de Mulher Consagrada, sempre teve o cuidado de aprimorar sua formação participando de todas as oportunidades que lhe foram oferecidas: Curso de Formação Permanente, Encontros e Retiros. Mas foi especialmente na oração, na contemplação da ternura e compaixão de Jesus, o Bom Pastor, que Irmã Maria Cândida encontrou a fonte da vitalidade e da doação sem limites. “Minha vida é um presente e deve ser um presente para os outros”, dizia ela.

 

            Irmã Maria Cândida amava a Vida Comunitária que concebia como lugar de amizade, partilha, perdão e crescimento contínuo. Assim ela se expressou: “A vida comunitária sempre foi, para mim, fonte de riqueza, meio para melhor exercer minha missão. Amo o que faço. Tenho facilidade de me relacionar com os outros e de entender seus problemas. Eu me senti acolhida em todas as comunidades por onde passei. Amo minha família religiosa. Minha alegria é ver o seu crescimento. Sou tolerante, compreensiva; procuro convencer, não impor. Não faltaram dificuldades e sofrimentos, antes, me abriram caminhos para  me  por em sintonia com a vontade de Deus. Venci a insegurança e a timidez ao descobrir-me a mim mesma e perceber os maiores desejos de Deus sobre mim. “Aposto Naquele que me chamou.” Procuro criar unidade junto às pessoas que me cercam, alimentada pelos Mistérios fundantes do nosso Carisma: Trindade, Encarnação, Eucaristia. Tento viver à maneira de ser da Família de Nazaré: Maria, humilde e fiel e José, solícito e sempre disponível. Deixo-me conduzir pelo Espírito Santo que me envia a viver a realidade à luz do Evangelho e das Constituições.

 

            Em relação à doença que a obrigou à hospitalização, Ir. Maria Cândida assim se expressa: “Quando percebi a gravidade, senti angústia e temor, mas me entreguei nas mãos de Deus e lhe dizia que muitas Irmãs precisavam de mim. Esta experiência de finitude foi geradora de vida. Hoje, dou muito mais valor à vida e vivo este tempo que Deus me dá com maior tranquilidade, paz e alegria. A felicidade está  em fazer tudo com  amor.”

 

            Agraciada com tantos dons, Ir. Maria Cândida foi um presente de Deus para nós, suas Irmãs, para a Congregação e para a Igreja.  Era coração de mãe, expressão de bondade, ternura, serenidade, simplicidade, sempre atenta às necessidades de todas as pessoas que  a ela se dirigiam.

 

 Carinho especial dedicou às Leigas e Leigos do Pequeno Projeto, com quem partilhou o Carisma e a Espiritualidade das Irmãs de São José, testemunhando a vivência da Unidade, simplicidade e cordial caridade, hauridas nas fontes inspiradoras de nosso Carisma: Trindade, Encarnação e Eucaristia.

 

            Deus que tanto te amou e te chamou, hoje, dia 17 de julho de 2021, te acolhe em sua morada eterna, após 91  anos de idade e 73 anos de Vida Religiosa Consagrada como Irmã de São José.        

 

Querida Irmã Maria Cândida,

Obrigada por teu testemunho de vida simples e generosa,

 dedicada ao serviço de Deus e dos irmãos e irmãs.

Cuida de nós, tua Família Religiosa, que tanto amaste.

Pede a Deus por teus Familiares e Amigos

para que tenham saúde, alegria, paz e  muitas  bênçãos.

Cuidadora por vocação,

protege as cuidadoras, as enfermeiras, os médicos

e todos aqueles que se dedicam ao cuidado da saúde.

Descansa em paz, junto a Jesus, Maria e José.

 

Porto Alegre, 17 de julho de 2021