17/02/1922
11/08/2025
Província da Congregação das Irmãs de
São José de Chambéry no Brasil
Núcleo SSma. Trindade
Irmã Luiza Carolina Rocha da Silva
(Maria Antonia)
* 17/02/1922 + 11/08/2025
“O amor é forte! Suas chamas são chamas de fogo, uma faísca de Javé!” (Cf. Ct 8,6)
Maria Antonia nasceu no dia 17 de fevereiro de 1922, em Itajú - SP, sendo seu pai o Sr. Antonio Roberto da Silva e mãe, D. Maria Luiza dos Prazeres. Ficando viúvo, o pai colocou as filhas com as Irmãs. Levava sacos de mantimento para ajudar na manutenção. Sobre estudos, Antônia fez o curso primário em Bariri, para onde a família tinha se mudado. A família cristã deu duas filhas religiosas à Igreja: Irmã Luiza Carolina (ISJ) e Irmã Águeda, das Pequenas Missionárias de Maria Imaculada*. A terceira filha casou-se.
Jovem, Maria Antonia, respondeu ao chamado de Deus, escolhendo Irmã de São José, para viver o de Jesus, “o único objeto de seu amor”. Aos 20 anos começou sua caminhada vocacional. Entrou para o Noviciado, em Itu, a 09 de dezembro de 1942. Recebeu o hábito das Irmãs de São José, no dia 06 de agosto de 1943 com o nome de Irmã Luiza Carolina. Viveu com fidelidade as etapas de sua Formação inicial, fez os primeiros votos a 29 de janeiro de 1946 e sua Profissão Perpétua no dia 02 de fevereiro de 1949.
Quando foi opção voltar ao nome do registro de nascimento, I. Luiza Carolina preferiu continuar como I. Luiza Carolina, criando uma identidade inconfundível, usando seu eterno hábito original ou modificado. E sobretudo, sendo uma generosa Irmã de São José, disponível, amável, delicada, atenciosa, era como um anjo de Deus! Irmã Luiza Carolina era quase uma sobrevivente, de suas limitações de saúde, inclusive quando jovem esteve acamada muito tempo. Venceu a luta pela vida. A prova?! Seus 103 anos de 6 meses (menos 6 dias) de vida.
Na sua simplicidade e despretensão, Irmã Carolina, contribuiu e muito em várias tarefas e afazeres que lhe couberam: Professora de Trabalhos Manuais, Sacristã, Pastoral dos Enfermos, Ministra da Eucaristia, e responsável pela manutenção da residência das Irmãs da Santa Casa, além de auxiliar as pessoas necessitadas a passarem no médico e a fazerem seus exames.
Muito comunicativa e antenada, Ir. Carolina queria participar de tudo da Congregação. Tinha encontro da Província? Lá estava a Carolina! Nunca faltavam seus apartes espontâneos e divertidos, para alegria das presentes. Sim, até os últimos dias, a Irmã andava ligada no seu celular e WhatsApp, sempre atualizada e interessada em saber e comunicar o que acontecia.
Nos últimos anos, fez parte da Comunidade de cuidado São José, em São Paulo, mantendo sempre tratamentos de Saúde. Sofreu bastante com problemas de coluna e nos olhos, ficando com bem pouca visão. Enfim, o sol se foi e a faísca do Amor a Deus e às pessoas brilha agora na morada celeste. Dia 11 de agosto de 2025, Comunidade São José - São Paulo.
“O inverno passou ... Apareceram flores na terra e chegou o tempo de cantar!
Venha comigo, minha querida, minha bela”! (Cf. Ct 2,11-13).
Feliz Paraíso, Carolina!
*A fundadora foi ex-aluna do Externato São José (SP), administrado pelas Irmãs de São José de Chambéry.
O único objeto do meu amor - Irmã Luiza Carolina
Minha vida de oblação,
Prometi à Mãe celeste,
No dia da profissão.
Fitei a hóstia com ardor,
Dei o meu coração a Cristo,
Único objeto do meu amor.
Pelo único amor deixei a vaidade,
Revestida ricamente com os votos
De pobreza, obediência e castidade.
Pequeno Projeto que quero levar
Onde for, companheiro predileto,
Único objeto do amor.
Quem se sentiu sozinha na dor
Provou na noite, o valor que tem
O único objeto do amor.
Na tarde do meu viver,
Quando enfim, o sol se for,
Com alegria entoarei Deo gratias,
Deo gratias ao único objeto do amor.
Eu serei a sua recompensa
Ouvi deste mesmo Senhor,
Ao entrar na glória imensa
Do único objeto do meu amor.
Centenário do Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II – Irmã Luiza Carolina:
Há mais de 100 anos, o Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II oferece cuidado, atenção e carinho a idosos e convalescentes.
Eu, Irmã Luiza Carolina Rocha da Silva, da Congregação das Irmãs e São José de Chambéry, me sinto muito feliz de ter por muitos anos, feito parte desse grupo de pessoas que, constantemente, está junto aos idosos e convalescentes. Sou privilegiada porque através deles, vi e contemplei os diferentes rostos de Cristo e realizei minha missão de ser presença do “grande amor de Deus”, não só para os idosos e convalescentes, mas na Igreja, na família e no mundo. Junto a todos pratiquei as obras de misericórdia espirituais e corporais com a certeza de que é Deus que nos conduz. “Indo e vindo, trevas e luz. Tudo é graça, Deus nos conduz”.
Deus me ama de graça, recebi dele o dom de transmitir o seu amor, portanto, de graça também dou com alegria o dom do amor ao meu próximo. Procurei ser uma presença junto aos doentes preocupando-me com a vida de cada um/a, vendo o que lhe faltava na parte corporal e espiritual; levando a Comunhão, providenciando para que recebessem os Sacramentos. Médicos e Funcionários faziam parte desse meu trabalho.
Louvo e agradeço a Deus por todos os favores e benefícios que, minhas Irmãs e eu, recebemos durante o tempo em que trabalhamos no Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II. Agradeço de modo especial ao Doutor José Antônio Guerra Filho e família, pessoas de fé, de grande amor aos doentes, de presença amiga, de disponibilidade e dedicação incansáveis, pelo apoio que sempre deram às Irmãs de São José.
Louvo e agradeço a Deus por continuar minha Pastoral junto aos doentes da Santa Casa e peço a Ele que ajude a todos/as, em cada um de seus setores, a serem, pessoas que fazem a diferença, que sejam uma bênção aos doentes contando sempre com a presença e ajuda do Senhor que nunca falha e que nunca falta.
Parabéns ao Hospital Geriátrico e de Convalescentes D. Pedro II, pelos seus 100 anos de existência. Que a fé, a caridade e a esperança sempre se façam presentes em sua caminhada.
“A esperança não engana, pois o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espirito Santo que nos foi dado. (Rm 5,5)
