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Inicial Memorial da saudade Irmã Victoria Armiliato
Imagem da irmã

Irmã Victoria Armiliato

Estrela de nascimento 21/08/1925
Cruz de falecimento 04/06/2015

 Congregação das Irmãs de São José de Chambéry

Província de Caxias do Sul

      Irmã Victoria Armiliat

* 21.08.1925

                                  + 04.06. 2015

 

Irmã Victoria Armiliato, natural de Vacaria, era a décima primeira filha do casal Affonso Armiliato e de Maria Tamagno. Nasceu no dia 21 de agosto de 1925.

Desde cedo, foi iniciada na fé cristã e teve dos pais o testemunho da vivência da oração e participação na Comunidade Igreja. O pai foi coroinha e era o animador religioso da capela onde moravam e a mãe foi a catequista dos 14 filhos. Família agraciada com duas Religiosas da Congregação das Irmãs de São José e dois Freis Capuchinhos.

 Aos 10 anos, Irmã Victoria conheceu as Irmãs de São José em São Marcos onde morou por um breve tempo e, aos 12, iniciou o itinerário de preparação à Vida Religiosa.

Aos 16 anos entrou no Postulado e no ano de 1943, dia 18 de outubro, fez o primeiro engajamento na Congregação das Irmãs de São José, em Garibaldi. E foi como Irmã que revelou seu grande carisma de trabalhar na alfabetização de crianças quando, em pouco tempo, aprendiam a ler e a escrever. Para isso, ela tinha seu próprio método.

Na vida de Irmã Victoria, sobressaíam três grandes paixões: Educação, Catequese e Missão além fronteiras. E para melhor se preparar em suas atividades, reconhecia que a formação era importante. Fez Supervisão Escolar, o curso do CERNE, o III Projeto de Formação Permanente, Retiro Inaciano de 30 dias e curso de Espiritualidade, na França, entre outros. Era pessoa livre. Nada e ninguém a prendia. Sempre que solicitada para uma missão diferente, respondia com generosidade e alegria. Depois de lecionar por longos anos no Colégio Normal São José, de Garibaldi, aceitou integrar o primeiro grupo de Irmãs que iriam iniciar sua missão no Estado de Maranhão. Não hesitou em deixar seu trabalho e sua carreira como professora. Foi como missionária na Região Norte e Nordeste do Brasil que viveu intensamente a doação e a criatividade para ser e dar uma resposta a tantas necessidades que surgiam na realidade onde estava e contemplava nas idas e vindas do dia a dia. Era na simplicidade e humildade que tudo realizava. Ela confessava: “a Vocação missionária está dentro de mim, é fruto da minha oração e meditação do Evangelho”. E o número das Constituições das Irmãs de São José repercutia no coração em seu coração: “... A natureza apostólica de nossa Congregação exige das Irmãs e das Comunidades uma grande disponibilidade para responder aos apelos da missão...” Vários foram os lugares marcados pela vida, presença e testemunho evangélico de Irmã Victoria: Riachão, São Raimundo das Mangabeiras, Mirador, São João dos Patos, no Maranhão; Nova Olinda no Norte, Amazonas e Remanso, Bahia, além de Garibaldi, no Rio Grande do Sul. Ela era persistente no que fazia e tudo fazia com competência. Como professora, era elogiada pelas famílias, como catequista, reconhecida não só pela comunidade, mas também pelos padres que diziam: “Quando Irmã Victoria prepara as crianças para receber os sacramentos, não há mais nada a acrescentar ou a reclamar”.

Dedicou-se também na educação de crianças com necessidades especiais, no acompanhamento a comunidades rurais, na formação de lideranças, e foi presença encorajadora junto aos grupos de idosos. Colaborou no projeto das Cisternas. Em tudo o que realizava, tinha convicção de que “é pela qualidade das relações fraternas que a comunidade e a pessoa se tornam sinal do amor de Deus”.

O que sustentava Irmã Victoria nessa grande trajetória de sua missão era o desejo de ver realizado na sociedade o sonho de Jesus: “que todos tenham vida e a tenham em abundância”.
E ela percebia o quanto era necessário transformar o mundo para que tivesse paz, justiça, vida digna, casa e comida para todas as pessoas.

Ao completar 50 anos de Vida Religiosa, e foi na longínqua Amazonas onde tudo era muito pobre, mas também onde a natureza revela toda sua pujança e beleza, cantou e rezou seu salmo preferido: “O Senhor é meu Pastor! Nada me falta! Em verdes pastagens me faz repousar! Para fontes tranquilas me conduz e Ele restaura minhas forças”. Na celebração de Ação de Graças, o Bispo de Borba, Dom Ribeiro, dirigindo-se a ela disse: “Queremos louvar o amor infinito de Deus pela Vida e Vocação Religiosa de Irmã Victoria. Ela está aqui para agradecer a Deus por seus 50 anos vividos na Congregação, trabalhando na construção do Reino, quer no Sul, quer no Maranhão e atualmente no Amazonas”.

Quando perguntada quais os sonhos para a Congregação, respondeu: “Que as Irmãs sejam totalmente animadas com o Espírito do Fundador para promover a Unidade e que seja, no mundo, sinal de Comunhão entre os povos”.

De volta ao Rio Grande do Sul, integra a Província de Lagoa Vermelha e em 2009, passa a residir na Casa Nazaré, em Caxias do Sul.

Mesmo fragilizada fisicamente, sempre se mostrou afável. Sua presença era acolhedora. Mostrava-se silenciosa e em paz.

Querida Irmã Victoria, o Senhor te chamou. Mais uma vez disseste “SIM” e partiste para a Casa do Pai. Intercede por todas nós que ficamos. Alcança-nos o zelo e a disponibilidade para a missão e a fidelidade à nossa Vocação de escolhidas, chamadas e enviadas, nesse momento em que vivemos o processo Brasil Integrando. Ajuda-nos a construirmos comunidades fraternas. Pede a Deus mais vocações para a Igreja de Jesus. Lembra a Deus todas as pessoas que ajudaste a crescer e as fizeste mais felizes e corajosas na busca do bem, da esperança e da felicidade. Suplicamos a Deus que te acolha e te dê uma vida plena de luz. Nossa gratidão pelo dom de tua vida que foi testemunho de amor, alegria e paz.

Caxias do Sul, 05 de junho de 2015.