27/09/1923
03/07/2019
PROVÍNCIA DA CONGREGAÇÃO DAS IRMÃS DE SÃO JOSÉ DE CHAMBÉRY NO BRASIL
NÚCLEO SAGRADA FAMÍLIA
IRMÃ GUERINA DOTTI
(Amélia Magdalena Dotti)
* 27/09/1923
+ 03/07/2019
“Creio Naquele que me ama!”
Amélia Magdalena nasceu em 27 de setembro de
1923, em Antônio Prado, no Rio Grande do Sul. Seus Pais, Guerino Dotti e Anna
Fochesato Dotti, tiveram 09 filhos. Em ordem cronológica, Irmã Guerina é a
primeira. Dos nove filhos, duas seguiram
a vida consagrada: Irmã Guerina e Irmã Juvelina, como Irmãs de São José.
Irmã
Guerina nasceu e cresceu no seio de uma família profundamente religiosa. Foi
batizada no dia 28 de setembro de 1923, na Capela Nossa Senhora da Saúde e
crismada na Paróquia Sagrado Coração de Jesus de Antônio Prado. Ao perguntar-lhe
sobre seu chamado à Vida Consagrada, assim se expressou: “Devo a minha vocação,
em primeiro lugar, a Deus que me chamou e a meus pais e avós que rezavam muito
e, também, tive muita influência de duas tias religiosas de Jesus Crucificado
que vinham visitar meus pais e rezavam conosco. Elas me marcaram bastante. No
dia da minha primeira Eucaristia, o Padre me perguntou se eu não queria ser
irmã e me estimulou. Como falavam muito que as Irmãs deviam fazer muita
penitência, eu quis ver a verdade e, decidi experimentar esta vida. Na verdade,
minha primeira motivação era fugir de ter que cuidar das crianças, meus irmãos,
mas o que me levou mesmo a ser Irmã, era estar mais perto de Jesus.
Para responder ao chamado de Deus, dei o primeiro passo aos 17 anos, entrando no Juvenato do Convento São José, em Garibaldi. Outros passos foram se sucedendo: admissão ao Postulado, em 22 de fevereiro de 1944; ao Noviciado em 10 de outubro do mesmo ano; Profissão Temporária em 14 de janeiro de 1946, e Engajamento Definitivo, em 17 de outubro de 1951.”
Irmã Guerina tinha como lema inspirador em sua
caminhada: “Creio Naquele que me ama.” Na
vivência do Carisma da Irmã de São José, assim se expressa: “Procuro
criar unidade na família, sempre falar bem das pessoas, fazer meu trabalho do
melhor modo possível, dentro de minhas capacidades. Viver bem o momento
presente, cultivando a mansidão e a humildade de coração. Gosto muito da
Parábola do Bom Samaritano. Irmã Paula da Cruz me marcou muito pelo seu
testemunho de amor, me ensinou a rezar, a lutar, a viver a fé que recebi de
meus pais e avós. Também, guardo, com gratidão, alguns fatos que manifestaram a
presença forte do amor de Deus em minha vida: - no meu nascimento, minha mãe
entrou em estado de coma. Sofremos as
duas, mas sobrevivemos; - quando meus pais iam para a roça me levavam bem acomodadinha,
numa cesta. Um dia, uma vaca pegou o cesto com os chifres, jogando-o em várias
direções, até que o cesto caiu e eu saí ilesa; - outra vez, para chegar perto
do pai que eu muito amava, pulei a cerca, levei um coice do cavalo na cabeça e
quase me matou. Mais uma vez fui salva pela proteção de Deus. Minhas limitações
não foram motivo para impedir minha entrada na Congregação. Ao
contrário, para minha alegria, fui
acolhida com muito amor, abrindo-se assim o
caminho para minha resposta ao chamado que Deus me fazia.
Estudei até a 2ª série do Curso Primário. Meu livro, a
natureza. Ela me ensinou a viver. Participei de dois encontros de Formação
Permanente, Retiros e outros Encontros. Para o trabalho, sempre fui nota dez,
mas para o estudo, zero. Minha Missão: servir. Servir, para mim, é uma alegria. Todos os
serviços são importantes. Sempre trabalhei em serviços domésticos. Fui auxiliar
de cozinha e de limpeza no Seminário da Diocese de Caxias do Sul. Trabalhei 14
anos em São Francisco de Paula, em serviços domésticos e acompanhando as
estudantes pensionistas. Fazia partículas, motivo de muita alegria interior. Na
Comunidade São Luiz, trabalhei 30 anos. No início cuidava das vaquinhas
leiteiras, depois me dediquei ao serviço na lavanderia. Gostava de tudo o que
fazia. A vida comunitária sempre foi motivo de muita alegria e de entreajuda.
Não tive dificuldade na vida comunitária, porque o que era negativo eu deixava
para trás. O que muito ajudou para o meu crescimento foram os dons que Deus me
deu: a vida, os encontros, a oração. A oração faz milagres! O que dificultou a
minha caminhada foi a pouca facilidade para o estudo e o meu problema de visão.
Nas horas de descanso gostaria de fazer tricô e crochê, mas enxergo muito pouco.
Acolho a vida como ela chega. O anjo da Guarda me protege. São José e minha
Mãe, Maria, me acompanham e me preparam para o encontro com Jesus, e o Espírito
Santo dirige minha vida.”
No mês de maio de 2019, caiu e fraturou uma perna precisando ficar hospitalizada, fazer cirurgia e, ao sair de lá passou a viver na Comunidade Nazaré. Apesar da melhora que teve, outros problemas de saúde foram surgindo e, Irmã Guerina atendeu o chamado do Pai Eterno, no dia 03 de julho de 2019, com 95 anos de idade, e 73 anos de Vida Religiosa, como Irmã de São José.
Querida Irmã Guerina,
Tua vida foi um permanente testemunho de entrega alegre
ao serviço do Senhor, na unidade, na humildade, na simplicidade,
na dedicação generosa, na acolhida de coração
aberto aos apelos
que o Senhor te fazia.
No face a face com Deus, pede por nós, tuas Irmãs, teus familiares,
amigos, amigas e por nossa
Congregação, para que, a teu exemplo,
também nós cultivemos a simplicidade, a humildade, o espírito de oração,
a alegria e a unidade desejada por Cristo: ”QUE TODOS SEJAM UM.”
Porto Alegre, 03 de julho de 2019..